Arearte de Narciso
"Eu nunca vi cavalo verde!"
" Isto não é um cavalo, minha senhora, é uma pintura!"
(Matisse)
O artista apara as arestas da casualidade, recriando o que a natureza deixou como referência.
(Ige D'Aquino)
As obras aqui expostas estão à venda.
Ver CONTATO COMERCIAL abaixo.
19.10.12
16.10.12
O MONGE E O GONGO
Aquela figura de cabeça raspada e túnica sulferina entrou no trem, em Soledade de Minas; levava consigo um pacote redondo, parecia pesado, pois o fulano carregava-o com dificuldades. Para variar, o trem que deveria estar no local – 13h23m – estava atrasado. O monge – vamos chamá-lo assim -, com seu olhar plácido, pedia o apoio de alguém, para ajudá-lo na difícil tarefa de entrar no vagão e transitar no corredor, com aquele volume de grandes proporções e mais a sua bagagem.
Ninguém se manifestou. O monge com extrema dificuldade conseguiu chegar ao seu assento do lado do corredor, colocou a sua bagagem no compartimento superior e o pacote redondo entre suas pernas. Como acontece sempre na rede ferroviária, os horários são extremamente precisos, porém nunca cumpridos. O trem estava parado aguardando a chegada de outro, que viria de Santos Dumont, MG. Quem deveria embarcar, já estava dentro, menos o bilheteiro e o maquinista chefe. Eis que surge um funcionário da estação, acenando com uma bandeirinha verde para o maquinista; era o sinal para dar partida. O chefe ganhou seu posto e preparou-se para seguir viagem. Muita fumaça, o sino tocando e com um solavanco, o trem partiu. Foi aí que o pacote do monge escapou-lhe das mãos e pernas e foi rolando em busca da porta de saída, que continuava aberta, caiu pelos três degraus abaixo e foi em direção ao primeiro vagão; todo mundo estarrecido observava a cena, o gongo bateu na lateral da locomotiva e nenhum passageiro arriscou dar um pio. O monge, numa mescla de idiomas, amaldiçoava todos os presentes. Por sua vez, o maquinista tentou dar ré e o pior aconteceu: amassou de uma vez por todas o gongo e toda esperança que o monge tinha de recuperá-lo. O maquinista arriscou um sorry mineiro, tarde demais o monge já estava no espaço reservado ao maquinista,mexendo nas alavancas,tocou o sino,deu ré,foi para a frente,estraçalhou de vez o gongo, soltou-se dos outros vagões, puxou a cordinha do apito e partiu em direção ao primeiro túnel perto da estação,a bocarra escura e aberta do buraco esperando a locomotiva e o único tripulante gargalhando pelo feito, não percebeu a troca de trilhos e adentrou o buraco negro na contramão.O último estrondo que o povo de Soledade de Minas ouviu foi do big-bang engolido pelas cores do Horizonte de Eventos,traído pelo "Black Hole".Dizem q. aquela estrela da constelação de hipopótamus q. nunca se apaga é o monge e seu lustroso gongo.
Ige D'Aquino
10.10.12
Sanfoninha para filho de Clifton Chenier "Zydeco Man" e lampiões para caça noturna nas áreas do swamp,habitat dos enormes crocodilos da Louisiana.
o instrumento base ,assim como o Cajun difundido e apreciado pelos brancos q. vieram da França para a América.Aportaram bem ao norte e desceram o rio Mississipi até o delta em Nu Orlins( pronúncia dos negros,bluesmen,cotton pickers...o branco tem a pronúncia como os Newyorkers.Obs.a capital da Louisiana é Baton Rouge e não New Orleans.Uma vertente do Candomblé é o Voodoo, prática dos negros da Louisiana. Músicos(principalmente bluesmen) recorrem aos métodos do voodoo e das crossroads(encruzilhadas onde fazem oferendas ao "Devil"e trocam com ele a alma pelo sucesso como músico) 2 dicas de filmes onde vc. poderá conferir essa cultura:Southern Comfort direção do Walter Hill e Encruzilhada,direção do..do...do..Esqueci,os atores são, Joe Seneca e Ralph Maschio ou seria Machio ou ...pronto,é o Karatê Kid.A palavra MOJO tb. muito utilizada pelos negros sulinos,quer dizer ,amuleto.